Cientistas descobriram uma antiga cratera de meteorito no vinhedo de uma vinícola no sul da França.
Nosso planeta foi bombardeado por corpos celestes e meteoritos desde o primeiro momento de sua formação. Enquanto alguns desses meteoritos desaparecem ainda na atmosfera, alguns podem atingir a Terra e moldar formas geográficas. Por exemplo, alguns golfos foram formados dessa maneira. De fato, considerando a extinção do Cretáceo-Paleogeno, pode-se até dizer que alguns meteoritos tiveram impacto na evolução biológica.
De acordo com a NASA, um meteorito do tamanho de um carro entra na atmosfera da Terra cerca de uma vez por ano, mas a maioria dos meteoritos menores que 25 metros queima antes de atingir a superfície da Terra.1
Portanto, pode-se dizer que um meteorito que queira atingir a superfície da Terra deve ter mais de 25 metros.
Foto: Frank Brenker, Universidade Johann Wolfgang Goethe de Frankfurt (Johann Wolfgang Goethe-Universität Frankfurt am Main)
Se uma grande rocha espacial viajando no Sistema Solar for pega pela gravidade da Terra ou sua órbita coincidir com a da Terra, ela começará a queimar com o efeito do atrito assim que entrar na atmosfera. Mas o que resta dela é suficiente para formar crateras na terra. E foi o que aconteceu há séculos na vinha que hoje pertence a uma adega no sul de França.
Localizada no departamento de Hérault, na região da Occitânia, a vinícola vem usando o lema “vinhos de outra dimensão” com humor há anos. Porque na década de 1950, alguns cientistas sugeriram que a depressão redonda na região era uma cratera de meteorito. No entanto, essa hipótese foi descartada e não foi discutida por muitos anos. Até que a cratera chamou a atenção de Frank Brenker…
Não muito tempo atrás, Frank Brenker, professor de cosmoquímica e nanogeociência, viajou para Béziers junto com Andreas Junge, professor de geofísica, para estudar a cratera. A localização da cratera está abaixo:
Primeiro, foi determinado que o campo magnético da Terra é mais fraco na cratera, que tem cerca de 200 metros de largura. Além disso, muitas esférulas minúsculas de óxido de ferro, difíceis de detectar à primeira vista, e microdiamantes foram encontrados na área. Acredita-se que os microdiamantes tenham se formado por meio de alta pressão durante o impacto. Em alguns tipos de meteoritos, as ondas de choque de alta pressão produzidas pela colisão podem formar diamantes.2
Além disso, camadas escuras que poderiam ser veias de choque foram detectadas em muitas amostras de rocha coletadas da cratera e examinadas em laboratórios.
Segundo o estudo, tudo isso confirma que a cratera foi formada como resultado do impacto.
Quiz de 15 Perguntas Para Entusiastas de Astronomia e Espaço
Crateras de Impacto
As crateras causadas por meteoritos que caem na terra, se não forem excessivamente grandes, podem se tornar invisíveis com o tempo devido a processos geomorfológicos como a erosão.
Atualmente, existem 190 crateras de impacto confirmadas na Terra, de acordo com o EID (Earth Impact Database), gerenciado por John Spray.3
As crateras de impacto mais próximas do departamento de Hérault são a cratera Rochechouart na França e a cratera Steinheim na Alemanha.
De acordo com o EID, em 25 de fevereiro de 2023, havia 30 crateras de impacto confirmadas nos EUA, 42 na Europa e 8 no Brasil. Não existem crateras de meteoritos confirmadas em Portugal.
Links externos
- Domaine du Météore (Website oficial)
- Earth Impact Database (Mapa mundial)
- “Asteroid Fast Facts“, National Aeronautics and Space Administration, nasa.gov, Mar 31, 2014, Last Updated: Aug 7, 2017[↩]
- “Impact shock origin of diamonds in ureilite meteorites“, September 28, 2020, Vol: 117, No: 41, 205310-25318[↩]
- “About the Earth Impact Database“, Earth Impact Database, Planetary and Space Science Centre, UNB[↩]